Um convite a misericórdia

08/12/2015 13:19

Nesta terça-feira, dia 08 de dezembro, o papa Francisco dá início oficialmente ao chamado Ano Santo, quando todo o catolicismo é chamado a aprofundar-se na sua espiritualidade. O Ano Santo que se inicia neste dia 08 tem como tema a “misericórdia”. O papa Francisco, assim, convida os católicos a se relacionarem com a misericórdia divina e a praticarem o que o catolicismo chama de “obras de misericórdia”: atender famintos, peregrinos, presos e doentes em suas necessidades; dar bons conselhos; perdoar os ofensores; entre outras. No entanto, o próprio papa Francisco enfatiza que este período (Ano Santo) deve ser também de diálogo com as demais tradições religiosas ao redor do mundo.

Mesmo sendo algo voltado principalmente ao mundo católico, o evento do Ano Santo consagrado a misericórdia é um convite a todos os que, independente de ter ou não uma religião e de crer ou não em divindades, percebem um mundo cada vez mais assolado por guerras, terrorismo, fome, disputas de poder e tantas outras catástrofes que afetam negativamente a humanidade. E como o papa Francisco, com seus discursos voltados ao diálogo e a vivência do amor, vem ganhando a empatia de muitos não-católicos, a abertura do Ano Santo dirigido a misericórdia acaba por chamar a cada pessoa a dirigir seu coração para as misérias do mundo atual e agir em prol da superação destas misérias.

Na verdade, independente do seu credo religioso ou do fato de crer ou não na existência de deus ou deuses, todos sentimos a urgência de se pensar misericordiosamente nos refugiados, nos discriminados, nas crianças pobres, nos perseguidos em conflitos e em tantos outros grupos que precisam da ajuda de pessoas de boa vontade.

O Ano Santo da Misericórdia é um evento que extrapola os limites do catolicismo para nos fazer refletir e agir com relação aos que são obrigados a fugir de seus países em meio a guerras; aos que são perseguidos por motivação religiosa (no Oriente, por serem cristãos ou muçulmanos tidos como “moderados”; no Brasil, por serem umbandistas e candomblecistas; entre outros vários exemplos); aos que são discriminados e sofrem violências psicológicas e físicas por serem estrangeiros, negros, mulheres, homossexuais e pobres; aos que mais sofrem com a corrupção e a falta de serviços que lhes atendam as necessidades mais básicas.

E quando se trata de olhar por todas estas pessoas, é imperioso que se deixe de lado questões ideológicas, que não se sobreponha o direitismo ou o esquerdismo, que não se acentuem conflitos de ordem política, pois os mais necessitados precisam apenas de misericórdia e ação. Inclusive, há que se enfatizar isto: misericórdia sem ação é algo vazio e hipócrita. Voltar o coração para as misérias humanas em todos os seus aspectos exige de cada um postura e atitude!

 

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